Mais uma vez se prova que a minha vida é passada em metros e comboios. Não é apenas para fazer conversa, eu vivo mesmo nos transportes. Não? Tá bem.
Portanto, este post é só para desabafar das violentas entradas e saídas do metro e comboio em horas de ponta. Aqui no Cacém até há uma coisa boa nas horas de ponta, as pessoas formam filas para entrar no comboio. Tudo organizadinho, parece até que isto é outro país, um país cor-de-rosa.
Chegamos então a Sete Rios e vai-se para o metrozinho. Dezenas de pessoas aguardam furiosamente a chegada do transporte. Assim que chega, dá-se início ao ritual da selvajaria. Tou para saber como é que ainda não vi ninguém a cair para a linha e ser passado a ferro. Talvez um dia eu dê uma ajudinha.
Mas pronto, as portas abrem e começam as cotoveladas, empurrões, roçanços etc. Depois há ainda aqueles dias em que as carruagens estão vazias, mas assim que acaba o ritual selvagem olho à minha volta e... tá giro, já não há lugares. Vou encostadinho ás portas, fazer mais uma alegre viagem com uma paz de espírito só alcançável quando vejo o Sporting a jogar.
Mas o auge desta forma de viver as horas de ponta foi uma bela manhã em Sete Rios. Estava tudo igual, as mesmas caras de desespero, os mesmos malucos, a minha alegria... mas havia algo diferente. Um metro estava parado, completamente a abarrotar e lá dentro o que se passava fora do comum? Dois senhores bem esclarecidos, com uma compostura quase Real andavam ao soco. Sim, o metro estava a abarrotar. Mas também quem é que manda as pessoas não terem carro? Um gajo acorda e quer andar à pêra vai para onde? Para a rua apanhar frio e constipar-se não? Ali mesmo é que é.
O melhor de tudo foi ver um segurança a observar tudo pela janela enquanto o outro empurrava as pessoas todas para dentro do metro como se não houvesse amanhã. As portas fecharam, o metro seguiu e os 2 senhores lá continuaram a confraternizar mais fisicamente.
Agora pergunto-me: porque é que perdi tempo a escrever isto tudo?
Agora respondo-me: não sei, desculpa lá. Vai dormir que amanhã isso passa-te.