Caso 1:
Eu: - "... e então fiquei sem gasolina ali no meio da auto-estrada e nist..."
Pessoa muito intensa que vive sempre mais que todos os outros: - "Bem, e eu no fim-de-semana que fiquei sem gasolina no carro, no comboio e no avião??? Ia ter com os meus amigos e fiquei sem gasolina em todos os transportes do mundo"
Caso 2:
Eu: - "Epá, ando cansado, não sei... durmo pouco. Deito-me para aí à meia-noite e trint..."
Pessoa muito intensa que vive sempre mais que todos os outros: - "Eu então vou todas as noites ao cinema, ao futebol, beber café, chá, copos, visito 45% das pessoas do mundo e ainda vou a fátima rezar. Chego a casa por volta das 5h45 e acordo às 6h30. É que nem me aguento em pé".
Não me apetece expôr mais possíveis casos. Já estou a ficar nervoso só de pensar nisto de novo.
Mas faz-me uma confusão tremenda as pessoas nem sequer se darem ao trabalho de ouvir as outras. Mas que merda. Será assim tão trabalhoso?
Como é que surge aquele pensamento nas mentes humanas, do género "A minha história com a minha amiga Sofia este fim-de-semana na feira de Carcavelos é bem mais fixe que o que este gajo está a contar... vou cagar e interromper."
Foda-se!!
Toda a gente tem de prestar atenção às suas (não) espectaculares histórias. Mas calarem um bocadinho a puta da matraca e experimentarem dar atenção aos restantes seres humanos à volta, parece estar fora de questão.
E a cena é esta, a maioria das vezes essas histórias não têm qualquer tipo de interesse nem de piada. Mas eu calo-me e oiço. Porque não tenho paciência para forçar as minhas ideias, as minhas opiniões.
Talvez o mal seja mesmo esse. Mas aborrece-me tanto. Eu não devia ter que me esforçar para contar uma coisa. Só contar.
Até me podiam atirar com um canivete suiço aos olhos de seguida, mas deixavam-me falar.
O meu problema é com quem não quer escutar, apenas falar. Acalmem-se, o mundo não acaba já. Têm tempo de contar as vossas super aventuras sem piada nenhuma e das quais se riem alarvemente.
É um facto que a Humanidade anda há milhares de anos a esforçar-se para que isto vá tudo ao ar e que cada vez estamos mais próximos. Mas parece que ainda há tempo suficiente para as vossas aventuras serem ouvidas. Mesmo que alguém comece a falar antes e chegue ao fim da sua desinteressante história (comparada com a vossa e note-se que estou a ser irónico).
Agora vou explicar uma coisinha, assim em jeito de conclusão. É assim:
Não é necessário interromper sempre o que os outros estão a dizer. Porquê?
2 motivinhos:
1º - O mundo não irá acabar já (como foi esclarecido uns parágrafos acima mas a vossa burrice não deixou perceber).
2º - As vossas histórias geralmente têm pouca graça. E são pouco fixes. Portanto deixem os outros acabar, porque a vossa história não é assim tão 'Deus' para ter de passar à frente das restantes.
Tasse bem? Vá, um grande morrer aí nessas nalguinhas e até sempre. Bem haja.